Product Camp 2025 – Dia 1: O Futuro de Produto Está Sendo Construído Agora

dez 10, 2025

A 10ª edição do Product Camp Brasil 2025 abriu suas portas confirmando um movimento claro: a América Latina entrou na era dos produtos orientados por dados, guiados por inteligência e sustentados por decisões mais estratégicas. Como maior evento de Produto Digital da região, reuniu profissionais de diferentes estágios da carreira, todos interessados em entender o que realmente gera impacto no cenário atual — e como preparar seus produtos para um futuro que se aproxima rapidamente.

Desde o início, o dia foi marcado por exemplos práticos, conversas diretas e aprendizados que podem ser aplicados de imediato. Além disso, os temas se conectaram: hiperpersonalização, tracking estratégico, reconstrução de jornadas críticas e tomada de decisão orientada por IA. Juntos, mostraram a maturidade que o mercado brasileiro começa a consolidar.

A seguir, um panorama editorial do que aconteceu no Palco Minders.

Mercado Livre: Quando dados dão direção

Moda é uma das categorias mais relevantes dentro do Mercado Livre, mas a página dedicada a ela havia sido criada sem visibilidade real de performance. Como consequência, o usuário enfrentava uma experiência longa e fragmentada — eram 11 scrolls, blocos redundantes e pouca clareza na navegação.

Essa realidade mudou quando o time implementou um dashboard via Amplitude. Pela primeira vez, foi possível entender quais blocos geravam tráfego qualificado, como o usuário avançava até a PDP e de que forma a ordem dos elementos influenciava conversão. Com essas descobertas, a página pôde ser reconstruída: mais enxuta, melhor priorizada e orientada por evidências, não por suposições.

Os impactos foram imediatos:

  • +24% no GMV da página
  • +4% na taxa de conversão

Com isso, o MELI reforçou um princípio simples, mas poderoso: quando dados se tornam norte e linguagem comum, o produto ganha direção — e o negócio ganha ritmo.

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Sem Parar: Da TAG à hiperpersonalização em escala

O Sem Parar passou de uma solução focada em pedágios para um ecossistema com mais de 30 serviços, que incluem abastecimento, estacionamento, guincho, funilaria, documentação e cashback. Esse salto ampliou o valor da marca, mas também gerou excesso de comunicação e perda de relevância. Usuários passaram a sentir que recebiam mensagens, banners e ofertas que não refletiam suas necessidades reais.

A virada aconteceu quando a empresa adotou uma microsegmentação profunda, baseada em dezenas de variáveis vivas. Entre elas, ciclo de vida, região, elegibilidade, hábitos de consumo, histórico de multas, comportamento de pagamento, interações no app e uso de canais assistidos. A IA passou a identificar padrões e prever gatilhos de conversão, enquanto regras de negócio garantiam consistência. Assim, a home do app se tornou dinâmica, contextual e individual.

Os resultados iniciais confirmam o acerto da estratégia:

  • +12% na ativação de serviços como estacionamento e abastecimento
  • +27% no pagamento de débitos do Detran
  • +10% na ativação do cashback
  • +5% na frequência de acesso ao app

O Sem Parar demonstrou que hiperpersonalizar não significa comunicar mais, mas comunicar melhor. Relevância, aqui, se traduz em experiência, engajamento e retenção.

Bradesco – Menos atrito, mais dados: reconstruindo um onboarding crítico

A apresentação de Giuliette Bortoletto (Bradesco) trouxe um case essencial para o setor financeiro. A jornada de criação de conta de uma fintech, voltada aos públicos C, D e E, era marcada por atritos silenciosos: documentos reprovados, selfies sem explicação, processos manuais, loops entre atendimento e antifraude e decisões que levavam dias. Nada disso aparecia na interface, mas definia profundamente a experiência.

Esse contexto é amplificado pelos números do setor:

  • 95% dos usuários abandonam apps fintech em 30 dias
  • 4,5% chegam ao final do onboarding com retenção ativa
  • €5,7 bilhões são desperdiçados globalmente com aberturas incompletas
  • 66% dos brasileiros usam apps financeiros para pagamentos e consultas

Por outro lado, o diagnóstico revelou algo fundamental: o maior gargalo não estava no produto visível. Estava na operação — um espaço com processos manuais, reclassificações inconsistentes, baixa comunicação entre áreas e uma dependência enorme de análises humanas, mesmo quando a taxa de falso positivo era de apenas 1%.

A transformação começou quando todas as áreas se uniram para mapear o as is completo. A partir disso, fluxos foram redesenhados, decisões foram automatizadas, critérios foram padronizados e respostas passaram a acontecer em tempo real. Além disso, um BOT assumiu o envio de documentos, reduzindo pressão sobre o atendimento.

Em apenas 10 semanas, o impacto foi expressivo:

  • 20% de FCR (First Contact Resolution)
  • 33% de redução de recontato
  • 57% de queda nas ligações ativas
  • 50% de redução do incoming total na abertura de conta

Consequentemente, houve queda no abandono das etapas de selfie e documento, e a base ganhou estrutura para suportar automação e modelos de IA antifraude. O case reforça um aprendizado central: produto não é só a tela, mas tudo o que acontece ao redor dela.

Painel Fintech: Inovar em ambiente regulado é possível

O painel Fintech reuniu Juliana da Silva (DM), Edmar Cioletti Júnior (Remessa Online), Thais Bittencourt (Nomad) e Julia Candido (Conta Simples). Juntos, eles mostraram que experimentação em instituições financeiras não é inviável — apenas mais exigente.

As jornadas são complexas, os requisitos regulatórios são rígidos e os riscos são altos. No entanto, quando há clareza de jornada, governança entre áreas e métricas compartilhadas, a experimentação pode ocorrer de forma controlada. Assim, é possível testar sem comprometer segurança, ajustar sem aumentar risco e evoluir sem perder a confiança do usuário.

O painel reforçou algo essencial: em fintech, testar é uma responsabilidade. E não testar é um risco maior ainda.

Braze AI Decisioning: Personalização que aprende sozinha

A apresentação da Braze começou destacando um ponto importante: os usuários vivem sobrecarregados por mensagens. Hoje, eles recebem cerca de 46 notificações push por dia, enquanto mais de 361 bilhões de emails circulam diariamente no mundo. Nesse cenário, não surpreende que 76% das pessoas se frustrem quando recebem comunicações genéricas. E as empresas que conseguem entregar relevância colhem resultados visíveis:

  • 50% de aumento no ROI,
  • 5–15% de redução no CAC
  • 10–30% de aumento em receita.

Apesar disso, personalizar continua sendo o maior desafio dos times de marketing. Parte dessa dificuldade vem do modelo tradicional de NBA (Next Best Action), baseado em regras e microsegmentações. Esse método funciona até certo ponto, mas é lento, limitado e incapaz de capturar toda a complexidade de timing, canal, frequência e conteúdo individual de cada usuário.

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É nesse ponto que entra o BrazeAI Decisioning Studio™, que substitui regras estáticas por agentes de IA capazes de tomar decisões 1:1 de forma autônoma. Os agentes testam continuamente diferentes combinações de mensagem, criativo, produto, incentivo e horário, aprendendo com cada interação e ajustando a experiência ao comportamento real de cada pessoa. Em vez de segmentar grupos, a IA desenha a melhor experiência possível para cada indivíduo.

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O que o Dia 1 revela sobre o futuro do setor

O primeiro dia deixou claro que estamos entrando na fase da clareza estratégica. As empresas começam a enxergar jornadas inteiras, não apenas telas isoladas. Além disso, dados passam a ser tratáveis, confiáveis e acionáveis. E a IA deixa de ser acessório para se tornar motor.

Assim, produtos ganham mais precisão, operações ficam mais eficientes e experiências se tornam mais humanas e inteligentes. É um momento raro: tecnologia, mercado e maturidade estão alinhados. A diferença, daqui para frente, será determinada por execução.

Quer continuar a conversa?

Se você quer explorar como dados, experimentação e IA podem transformar o seu produto — da jornada ao engajamento — o time da Minders está no Product Camp justamente para isso.

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