Product Camp 2025 – Dia 2: Histórias Reais Que Mudam o Jeito de Construir Produto

dez 11, 2025

Dia 2 no Palco Minders: histórias reais que estão redesenhando o futuro de produto na América Latina

O Product Camp 2025 mostrou, no seu segundo dia, que o futuro de produto na América Latina está sendo redesenhado por decisões reais — não apenas por ferramentas. O Dia 2 ampliou o que o primeiro já havia sinalizado: produtos de alto impacto nascem de mentalidade, cultura e experimentação. É o movimento de testar antes de construir, simplificar antes de escalar e transformar cultura antes de transformar interface.

Nesse clima, o Palco Minders voltou a ser um espaço raro. Times abriram seus bastidores com honestidade para mostrar o que funcionou, o que não funcionou e por que funcionou quando funcionou. Em vez de teoria distante, houve prática. Em vez de certezas, houve vulnerabilidade e rigor. E, ao longo das conversas, uma visão clara emergiu: no mundo real, o que move ponteiros é menos glamour e mais precisão.

Vibra / Premmia: Simplificar para crescer em um ecossistema gigante

Nicolas Santiago e Pedro Zamith apresentaram o desafio de repensar um programa de fidelidade de escala nacional. Milhões de motoristas, múltiplas jornadas, diversos produtos e serviços. O Premmia precisava ser simultaneamente mais simples, mais rápido e mais alinhado ao ecossistema Vibra.

A evolução aconteceu em etapas sucessivas: discovery, concept design, squads paralelos, beta interno e ajustes contínuos. Entre 2021 e 2024, o app incorporou novos meios de pagamento, cashback, marketplace, automações, melhorias de performance, nova home e uma plataforma tecnológica mais robusta. Tudo isso para que o usuário enxergasse valor de forma clara e fluida.

Ao final, não mudou apenas a interface. Mudou o entendimento sobre o que significa gerar valor em um ecossistema deste tamanho.

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Stone: Quando testar vira seu maior acelerador

Caterine Pergher Palmieri e Karolini Mayumi Coutinho iniciaram com uma provocação que reorganizou a sala: e se o maior gargalo do produto não estiver na engenharia, e sim na velocidade de aprender? A Stone precisava reposicionar seu cartão de crédito, um produto estratégico com desempenho abaixo do esperado. A solução óbvia seria construir novas features. Entretanto, elas escolheram o caminho oposto: descobrir antes de construir.

O time realizou um mergulho profundo em necessidades, diferenciais e hipóteses e encontrou um obstáculo conhecido de quem lida com produtos complexos: excesso de possibilidades, pouca clareza sobre o que valia seguir. A mudança veio quando perceberam que não precisavam escrever código para validar ideias — precisavam de autonomia. Com Amplitude Experiment, transformaram jornadas em um laboratório vivo, controlado via JSON e com múltiplas variantes que entravam no ar em minutos.

Essa autonomia alterou o ritmo do trabalho. Experimentos eram lançados sem fila de desenvolvimento; hipóteses, validadas com dados reais; engenharia, acionada apenas quando havia evidência de valor. No fim, o diferencial não foi técnico, mas mental: reduzir risco antes de aumentar complexidade.

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RecargaPay: Como transformar 10 milhões de pagadores em investidores

William Oliveira trouxe um dos cases mais maduros do evento. A RecargaPay decidiu levar um público gigante — acostumado a pagar contas, fazer PIX e recarregar serviços — a investir dentro da mesma jornada, sem fricção e sem exigir nada além do que já faziam.

A principal barreira não era financeira. Era cognitiva. “Investir” parecia distante; “fazer o dinheiro render” soava possível. A equipe reconstruiu linguagem, fluxo e experiência para que investir fosse tão simples quanto pagar. Assim nasceu o 1-Click Invest: uma aplicação de um toque, integrada à home, com liquidez imediata e segurança.

Nos bastidores, a sustentação veio dos dados e da experimentação contínua. Modelos preditivos, Open Finance, testes de mensagens e análises de comportamento criaram um sistema vivo de aprendizado. Os resultados confirmam a tese:

  • +R$ 80 milhões captados em 6 meses
  • Base de investidores ×4
  • +78% de conversão
  • NPS 82

Simplicidade, quando nasce de entendimento profundo, vira motor de adoção.

Mercado Livre: A infraestrutura para o futuro dos bens digitais

Mario Filho trouxe uma leitura precisa: o gamer vive em um mundo instantâneo, e o varejo precisa alcançá-lo. A capability de Digital Goods construída pelo Mercado Livre nasce para responder a essa velocidade. Ela permite buscar, comprar e consumir produtos digitais em tempo real, eliminando qualquer atrito.

O contexto reforça a urgência. O Brasil conta com 103 milhões de gamers ativos e uma preferência de 87% pelo digital. É um público vasto, jovem e recorrente, extremamente sensível à qualidade da experiência. Diante disso, o Meli não criou apenas mais uma feature. Criou a infraestrutura necessária para capturar um comportamento de consumo que já é dominante.

Quando o tempo entre intenção e recompensa diminui, a recorrência cresce. O Digital Goods nasce exatamente desse princípio: entregar valor imediato em um ecossistema que se fortalece quando tudo é rápido.

Globoplay: Quando cultura de produto vira sistema, não discurso

Roberta Luzio e Daniel Monteiro (Globoplay) trouxeram uma conversa fundamental: a diferença entre pensar em projetos e pensar em produto. O cenário inicial era familiar — objetivos sem racional claro, entregas celebradas pelo volume e métricas que apareciam sem necessariamente explicar algo relevante.

A transformação começou quando o time decidiu criar estrutura onde antes havia apenas intenção. Para isso, construíram níveis de maturidade, conectaram missão e estratégia ao roadmap, desenvolveram frameworks próprios e criaram uma cadência que integra discovery, hipóteses, entregas e resultados.

A pergunta “o que essa entrega moveu?” deixou de ser desconfortável e passou a ser guia. A clareza deixou de ser um desejo e virou método. Quando clareza vira sistema, cultura muda.

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Amplitude: O papel da IA no novo ciclo de produto

Nithya Rajendran apresentou um tema incontornável: IA como acelerador de decisão. O ciclo clássico de produto — descobrir, idear, iterar, medir — está sendo reescrito à medida que PMs passam a trabalhar com insights em segundos, e não em dias.

Ela mostrou como a IA apoia desde a criação de PRDs até fluxos, protótipos e análises de impacto. O caso do AI Stylizer, desenvolvido dentro da própria Amplitude, exemplifica essa nova forma de trabalhar: IA sugerindo caminhos, antecipando efeitos e reduzindo drasticamente o tempo entre hipótese e evidência.

A tecnologia não substitui o PM. Pelo contrário, amplia sua capacidade para focar no que realmente importa: visão, estratégia, clareza e priorização. Surge então a pergunta inevitável: se a IA libera tempo, onde vamos investir essa inteligência humana que sobra?

Quando decisões viram cultura — e cultura vira impacto

Se o primeiro dia mostrou maturidade, o segundo revelou algo mais profundo: uma mudança na forma como decidimos, medimos e entendemos valor.

Nesse sentido, o Dia 2 deixou evidente que os times que mais evoluem são aqueles que testam antes de construir, simplificam antes de escalar e personalizam com intenção. E, sobretudo, tratam cultura não como discurso, mas como sistema. Quem viveu essas conversas sabe: depois desse nível de clareza, não dá para voltar atrás.

Como esses aprendizados chegam ao seu time?

Se você quer entender como levar essas ideias para o seu produto — de experimentação a personalização, de estratégia a cultura — estamos aqui para ajudar a transformar clareza em impacto real.

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